História e Património

Breve história

A Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Novo foi fundada em 1499. Situada no local onde hoje existe a sua sede social, na atual Rua Teófilo Braga (antiga Rua dos Carvoeiros), onde existia a confraria da Irmandade dos Fieis de Deus.

A Misericórdia de Montemor-o-Novo foi criada pelo fidalgo Ruy Mendes Gago, juiz da Confraria dos Fiéis de Deus, mais tarde Confraria de Nossa Senhora da Misericórdia.

Sendo a Misericórdia administrada por um Provedor, doze Mordomos e um Escrivão, o fidalgo Ruy Mendes Gago foi o primeiro Provedor da Misericórdia de Montemor-o-Novo, assim, como o primeiro Irmão. Foi também este fidalgo o primeiro benfeitor da nossa Misericórdia, juntamente com a sua esposa Beatriz Fernandes, mandando instituir, em 1513, uma Capela e deixando todos os seus bens à Instituição para a construção da Igreja da Misericórdia, a partir dessa Capela.

Depois do seu primeiro benfeitor, muitos foram os que se seguiram e passados 525 anos de existência a Misericórdia de Montemor-o-Novo caracteriza-se pelo espírito de solidariedade, de ajuda aos doentes e carenciados, tendo em conta a defesa dos valores Cristãos e o sentido de Humanidade.

Património

Igreja da Misericórdia

Séc. XVI-XVIII
Fundada no inicio do século XVI, pelo casal Ruy Mendes Gago e a sua esposa Beatriz Fernandes.
A Igreja da Misericórdia tem um pórtico de mármore em estilo Manuelino e no seu interior, escultura em alabastro, do século XVI, representando Nossa Senhora da Piedade.
A atual capela-mor foi acrescentada no século XVIII, tendo um conjunto de decorações em talha dourada dessa época. A Igreja tem anexa, do lado Poente, a Sala do Despacho com pintura seiscentistas e talha dourada do século XVIII e o arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia.

Hospital de Santo André

Com a extinção, em 1834, das ordens religiosas, dá-se a expulsão dos frades das instituições a que estavam ligados, apenas sendo autorizada a permanência das freiras até à sua morte.
Em 1882, o referido Hospital é transferido para um novo edifício, junto à Ermida de Nossa Senhora da Luz, que estava abandonado devido também à extinção das Ordens Religiosas. A transição ocorre porque o Hospital já não tinha condições para funcionar, dado que as suas instalações se apresentavam pequenas, dada a entrada de novos doentes aquando da extinção do Hospital da Ordem de S. João de Deus (Dormitório Novo).

Arquivo da Misericórdia

Ao lado da Sala do Despacho encontra-se outra sala – o Cartório com o respectivo Arquivo. Esta pequena sala encontra-se toda rodeada de armários de parede, mantendo o mesmo aspecto original. Ao centro encontra-se ainda a secretária, para o secretariado da Instituição, que funcionou até ao século XX, antes da construção da nova sede da Provedoria, situada no antigo Lar dos Pequeninos. Os armários encontram-se pintados de marmoreado – pintura a imitar o mármore. Os livros ali existentes foram todos encadernados da mesma forma e na mesma altura, por um livreiro chamado Fonseca Carcol, que os encadernou com o mesmo tipo de couro e com o mesmo rótulo, conferindo-lhes um aspecto de grande unidade.

Sala do Despacho

A Poente e contíguo à Igreja da Misericórdia, foi construído, no séc. XVII e XVIII, um outro corpo em estilo barroco, destinado à Botica e à Sala do Despacho. A Botica, ou farmácia, foi criada em baixo, no piso térreo, no início do séc. XVII. Mais tarde, já no séc. XVIII, foi construído o 1º andar, destinado ao Cartório e à Sala do Despacho. A construção da Sala do Despacho foi da iniciativa, no início do Séc. XVII, de um Provedor da Misericórdia, Don Fernão Martins Mascarenhas, Alcaide-Mor de Montemor-o-Novo. A referida sala foi decorada, por iniciativa do Provedor, por um pintor de Évora chamado José de Escobar, com reconhecidas obras realizadas por todo o Alentejo. A Sala do Despacho é coberta por um lançado abobadamento de nervuras decorado a fresco, e preserva um interessante acervo de pinturas do século XVII, a óleo, sobre tela e sobre tábua.